Vizinha a nossa Via Láctea e visível a olho nu, com cerca de 400 bilhões de sóis, a Galáxia de Andrômeda está em rota de colisão com a nossa galáxia e isto acontecer daqui a aproximadamente 4 bilhões de anos
Eu fiz esta foto durante o último workshop de fotografia noturna em Campos do Jordão, foram 360 fotografias empilhadas com a ajuda do Deep Sky Stacker, com a chegada dos céus do verão aqui do hemisfério Sul, o céu fica um pouco mais limpo e começamos a ver durante a noite o céu que fica do outro lado da via láctea, vemos o braço mais externo da via láctea bem fraco e muitos objetos interessantes que podem ser visto inclusive a olho nu como Andrômeda, a nebulosa de Orion, vários aglomerados de estrelas e as as Nuvens de Magalhães..
Nikon D810 | 200mm | f/2.8 | 4 secs | ISO 12800 – 360 fotografias – 10 blacks
Caso você queira aprender mais um pouco sobre como fotografar objetos do céu profundo, é só clicar nesta postagem aqui do blog que eu fiz a algum tempo atrás!
Fotografia Noturna – Fotografando objetos do céu profundo com a ajuda do Deep Sky Stacker
Esta é a primeira fotografia desta série que estamos produzindo da Kombi do Poli, contando um pouco da relação do proprietário dela, Ronaldo Poli com a Kombi, em uma viagem através do universo e do tempo por locais com cenários incríveis e quase surreais. Sua relação com a Kombi, misto de paixão e nostalgia, começou em sua infância, quando seus avós cruzaram o continente americano de Sul a Norte a bordo de uma Kombi em 1970 e o inspirou a comprar esta Kombi e quem sabe até a repetir a mesma viagem muitos anos depois.
Nikon D800 | 125mm | f/2.8 | 15 secs | ISO 1600
Com um atraso de alguns meses, vou falar um pouquinho aqui sobre o nosso Workshop de Fotografia Noturna em Gonçalves – MG
Em uma das cidades com um dos céus mais bonitos aqui da região, tivemos um workshop extendido onde ficamos imersos durante 3 noites e 3 dias conversando sobre fotografia em uma casa lindíssima na pousada Morada do Luar, um grande parceiro que apoia o meu workshop pelo segundo ano consecutivo, junto com o pessoal do Cabana Empório e Restaurante de Gonçalves.
Foram 3 dias conversando sobre fotografia durante o dia e fotografando durante a noite, eu sempre sinto que me falta tempo para a parte teórica nos workshops, e mesmo com um dia a mais onde eu introduzi uma novidade discutindo sobre poética, processo criativo e falando um pouco sobre como cheguei nas minhas fotografias mais conhecidas, ainda nos faltou tempo e no último dia do workshop ficamos conversando até as 18 horas e não faltava assunto!
No primeiro dia, passamos o dia todo envoltos em uma neblina pesada enquanto eu dava a aula teórica, e logo que anoiteceu o tempo abriu e quase que não conseguimos sair para jantar tamanha a empolgação do pessoal.
Com um pouco mais de tempo livre, no segundo dia fizemos uma visita a cidade de São Bento do Sapucaí, onde fotografamos na Pedra do Bauzinho.
E no último dia sentamos para editar as fotos produzidas durante o workshop e fiz uma pequena análise de portfólio do pessoal.
Pousada Morada do Luar e as estrelas
Vamos falar mais um pouco sobre a pousada, eu tenho feito um trabalho de conscientização das pousadas que é parte de um projeto meu chamado #ceuvermelho para conscientizar as pessoas sobre os problemas causados pela poluição luminosa e como a cada ano que passa nossas futuras gerações verão menos e menos estrelas, além de todos os danos causados pelo desequilíbrio biológico na fauna e flora. Somos umas das últimas gerações que tem acesso a este céu estrelado e um dos motivos para a escolha da pousada para sediar o workshop foi que por opção própria eles escolheram não colocar postes e refletores para iluminar a área externa da pousada, assim os hóspedes poderiam ver o céu durante a noite e assim deixando de contribuir com a poluição luminosa!
Mais informações sobre o projeto em www.ricardotakamura.com.br/ceu-vermelho
Concurso fotográfico
Em parceria com a pousada Morada do Luar, montamos um pequeno concurso de fotografia entre os participantes do workshop cujo tema era a pousada, onde o ganhador levaria uma hospedagem gratuita na pousada entre os meses de Setembro a Novembro de 2017. Recebemos 16 fotografias dos participantes e um júri formado por 3 fotógrafos de renome de São José dos Campos selecionaram a melhor fotografia através de uma votação.
E a foto que levou o prêmio, uma hospedagem para duas pessoas entre os meses de Setembro a Novembro de 2017 na pousada Morada do Luar foi esta da Renata de Moraes!
Jurados
André Yamamoto
André Yamamoto é fotógrafo e artista visual, integrante do Coletivo Semo, grupo que desenvolve trabalhos focados na pesquisa do processo de criação coletiva e suas ramificações.
Ibán Mullero
Ibán Mulero nasceu em 27 de julho de 1981 em Barcelona, no estado da Catalunha, na Espanha. Vive em São José dos Campos. Formado em Gráfica Publicitária Multimídia e Design Gráfico, pela Escuela de Artes Plásticas y diseño Josep Serra i Abella de Barcelona iniciou sua carreira como designer profissional em 2001 em Barcelona, trabalhando com canais de TV, agências de publicidade, laboratórios farmacêuticos e projetos educacionais até 2015, quando decidiu se focar exclusivamente no mundo da fotografia, onde também dá aulas de edição para fotógrafos, na agência www.imagembcn.com.
Adilson Martins
Adilson Martins nasceu em São José dos Campos (SP), em 1978. Sua paixão pelo ciclismo e esportes de aventura é intermediado pela fotografia. Através da experiência esportiva se conecta a novas perspectivas de expressão. É formado em publicidade pela Universidade Mackenzie (2003), artista, atua profissionalmente como fotógrafo – especializado em Fotografia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Atualmente é editor de fotografia do portal www.xrides.com.br. Atualmente vive e trabalha em São José dos Campos, Brasil.
Muito obrigado a todos que fizeram parte desta imersão, foram 3 dias de companheirismo, risadas e muita troca de conhecimentos!
E muito obrigado mais uma vez ao pessoal da pousada Morada do Luar e do Cabana Empório e Restaurante
Neste final de semana vamos ter a chuva de meteoros Delta Aquarídeas, cujo pico de atividade ocorre entre os dias 28 e 29 de Julho, esta chuva está ativa entre os dias 21 de Julho até o dia 23 de Agosto e é uma chuva relativamente fraca com taxa de cerca de 16 meteoros por hora.
A maioria dos meteoros tem um brilho bem fraco e se você estiver muito perto da cidade o seu brilho vai ser ofuscado pela poluição luminosa, então se você quer ver a chuva eu recomendo procurar um lugar bem escuro e afastado das cidades, inclusive das pequenas cidades. A Lua geralmente costuma atrapalhar bastante a visibilidade das chuvas de meteoros, mas no dia 28 a Lua vai se pôr as 22.54, a chuva de meteoro tem a radiante (local de onde ela parece surgir) na constelação de Aquários, que nasce ao leste por volta das 20.00, mas o melhor horário para ver a chuva será quando ela estiver no centro do céu por volta das 2 da madrugada, e neste horário já não teremos mais a luz da Lua atrapalhando a visibilidade dos meteoros.
Vamos aos números resumidos:
Data: 28 para o dia 29 de Julho
Quantidade de meteoros por hora: 16
Radiante na constelação de Aquário
Constelação de Aquário nasce por volta das 20 horas, a chuva poderá ser vista praticamente a noite toda, mas o melhor horário para se ver ela será as 2 da madrugada.
Lua crescente irá se por as 22.54 no dia 28 e as 23.46 no dia 29
Perseídas
Em agosto vamos ter o pico de atividade da Perseídas, que tem uma taxa de meteoros por hora muito maior (100) porém ela tem origem no hemisfério norte, o que prejudica um pouco a visibilidade aqui no hemisfério Sul, mas ela produz meteoros muito brilhantes e que deixam rastros no céu conhecidas como Earth Grazers e cortam o céu de ponta a ponta, inclusive aqui no Hemisfério Sul! Nas próximas semanas eu vou postar alguma informação sobre eles!
Com 4 anos rodando pelo Brasil, neste ano teremos uma edição especial do workshop A Luz Oculta no Japão, com duração de um dia onde teremos 6 horas de aula teórica seguidas de uma saída fotográfica nos arredores da cidade de Yokohama. Este curso terá como público alvo os fotógrafos profissionais e amadores brasileiros que moram no Japão e que desejam iniciar a prática da fotografia noturna se capacitando com noções teóricas e práticas como as configurações da câmera na fotografia noturna, posicionamento das estrelas e da Lua, rastros de estrelas, e poética, composição e processo criativo na fotografia noturna.
Dia 15 de Abril – Japão – Yokohama
2-56 Kawaramachi, Hadano-shi, Kanagawa-ken 257-0032
Ricardo Takamura
Fotógrafo autoral baseado em São José dos Campos – SP, manifesta em suas fotografias de paisagens noturnas realidades quase que surreais, que estão ocultas aos nossos olhos.
Desde cedo se relacionou com a arte, ainda jovem começou a pintar e a esculpir em madeira, apaixonado por luz, dedicou se por um bom tempo a criação de esculturas com luz e luminárias. Quando começou a se dedicar a fotografia, trouxe toda a inspiração e conhecimento que adquiriu na arte.
O seu trabalho se relaciona de perto com a fotografia cinematográfica, buscando congelar momentos como se elas fossem um único frame de um filme parado no tempo, transmitindo sensibilidade e emoção. Atualmente vem se dedicando a difícil tarefa de aproximar a fotografia contemporânea com o seu trabalho de fotografia noturna e natureza, criando séries utilizando pinturas com luz em grande escala, queimas de metais e fogo.
Tema
Requisitos básicos:
Incluso
Não está incluso
Valor e forma de pagamento – Sob consulta
Para mais informações entre em contato via e-mail contato@ricardotakamura.com
Hoje vou ensinar vocês a fotografarem os objetos do céu profundo através do método de empilhamento de imagens no Deep Sky Stacker, que é um software que melhora a razão sinal ruído da sua fotografia através do processo de empilhamento.
O processo não é complexo, mas eu apanho até hoje para usar este software, e ao mesmo tempo, e este tipo de fotografia não é tão simples de se fazer.
Primeiro passo: Você precisa encontrar um local completamente livre de poluição luminosa, em uma noite completamente limpa e sem luar.
Segundo passo: Descobrir o objeto que você quer fotografar, vou colocar aqui como exemplo uma foto da Nebulosa de Órion.
Terceiro passo: Fazer 100 fotografias Light Frames (de preferência em RAW)
Antes de executar o terceiro passo precisamos entender como o Deep Sky Stacker funciona, vamos começar falando dos “lights”, que são as imagens do objeto que você quer fotografar. Como o brilho destes objetos são muito fracos, você precisa subir muito o ISO para fotografar eles, eu uso sempre ISO 12800, com a lente bem aberta, e uma teleobjetiva, no meu caso eu uso a 200mm, com 3 segundos de exposição.
Mas porque usar uma exposição tão curta? Bom como eu disse em meu último post sobre as configurações da sua câmera para fotografar as estrelas, nós estamos girando em uma pequena pedra solta no espaço, e consequentemente as estrelas vão deixar rastros na sua fotografia, com uma tele de 200mm por exemplo, o maior tempo que eu consigo deixar sem que as estrelas deixem um rastro é de 3 segundos.
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Os lights então são basicamente fotografias carregadíssimas de ruído, onde você mal identifica o objeto que está fotografando, e aí é que está a grande “mágica” do Deep Sky Stacker, ele empilha as fotografias uma sobre a outra, aproveitando os trechos que não são ruído, e desta fotografia carregada de ruído, surge uma muito mais limpa, mas ainda com bastante ruído e outras distorções da lente.
Eu costumo fazer em média 100 Lights, ou seja eu fotografo com a ajuda de um intervalômetro o mesmo objeto, 100 vezes seguidas.
Mas ele não se move? Bom na verdade nós que estamos nos movendo, esta é a outra grande “mágica” do Deep Sky Stacker, ele marca as estrelas como pontos e automaticamente identifica o movimento, e alinha as estrelas automaticamente, a única preocupação que você precisa ter enquanto fotografa, é que o objeto não saia do enquadramento, e para isto você pode ir alinhando o enquadramento enquanto fotografa, eu costumo usar lentes que deixam sobrar muito espaço em volta do objeto que estou fotografando para não precisar fazer isto muitas vezes.
Quarto passo: Fazer 10 a 20 Dark Frames
Agora vamos entender o que são os Dark Frames, o sensor da sua câmera costuma gerar ruído de calor, conforme a temperatura do seu sensor e do ambiente,variando de acordo com o ISO utilizado e tempo de exposição. Para fotografar os Dark Frames, você precisa colocar a tampa da sua lente de volta, e fazer pelo menos 10 fotos com a lente tampada logo após terminar os 100 Light Frames, exatamente nas mesmas configurações de ISO e exposição, assim você vai ter 10 fotos quase que completamente pretas, feitas nas mesmas condições que os Light Frames. No Deep Sky Stacker você vai empilhar estas fotos juntamente com os Light Frames, e assim eliminar um pouco mais do ruído da sua fotografia.
Quinto passo: Fazer 10 a 20 Offset/BIAS Frames
Agora, logo após acabar os Dark Frames vamos fazer os BIAS Frames, o sensor da sua câmera costuma gerar um ruído criado pelo aquecimento dos componentes eletrônicos da sua câmera durante a leitura do seu sensor. Criar os BIAS Frames é bem fácil, você só precisa fazer no mínimo 10 fotos com o menor tempo de exposição possível (1/4000s… 1/8000s) nas mesmas condições de temperatura que os Light Frames e Dark Frames.
Sexto passo: Fazer 10 a 20 FLAT Frames
Bom agora vamos fazer os FLAT frames, que consiste basicamente em remover os defeitos causados pelo sistema de ótica da sua câmera, vinhetas, partículas de poeiras e outros tipos de sujeira. Para fazer um FLAT frame, você só precisa fotografar uma imagem branca, iluminada de forma uniforme, portanto você pode fazer elas com calma em sua casa, com a tua câmera apontada para uma parede branca com uma iluminação bacana e uniforme. Aqui você pode usar qualquer configuração de Tempo de Exposição e Abertura, só recomendo não usar um ISO muito alto para não gerar mais ruído.
Bom depois de fazer 100 fotos do objeto que você quer fotografar, mais 20 Dark Frames, 20 BIAS frames e 20 FLAT frames, provavelmente a sua noite que teoricamente seria super produtiva acabou se resumindo na fotografia de um único objeto do céu profundo, vamos finalmente ao Deep Sky Stacker.
Sétimo passo: Usando o Deep Sky Stacker
Se você ainda não tem o Deep Sky Stacker instalado em seu computador, você pode baixar deste link:
http://deepskystacker.free.fr/english/download.htm
Eu não vou entrar em grandes detalhes sobre as configurações mais avançadas do programa, vou ensinar um passo a passo básico, editando as fotografias usando as configurações padrão que já vem no programa para não complicar mais ainda esta postagem.
Esta é a tela do programa:
Para começar, você só precisa carregar os arquivos Light Frames, Dark Frames, Bias Frames e Flat Frames.
Neste ponto o programa é um pouco confuso, clique em Abra as suas fotos para carregar os Light Frames, selecione todas as fotos (100 fotos) e clique em Abrir.
E em seguida clique nas outras opções para adicionar os Dark Frames, Bias Frames e Flat Frames. Eu ainda não consegui um tutorial de como se faz os Dark Flat Frames, portanto eu costumo pular esta opção.
– Ficheiros dark – selecionar todas as fotos e abrir
– Ficheiros flat – selecionar todas as fotos e abrir
– Ficheiros offset/bias – selecionar todas as fotos e abrir
Em seguida você precisa clicar em Verificar tudo e logo depois em Registrar fotos que foram verificadas
Ao clicar em Registrar fotos que foram verificadas, você vai abrir o painel abaixo:
As opções já vem pré-configuradas e eu geralmente costumo clicar em Ok direto e vai abrir uma segunda tela com as informações da Etapa de Integração.
Agora vamos para o pós processamento, o resultado da integração deve ficar mais ou menos assim:
Aqui vamos ajustar os níveis de Saturação, Luminância, e RGB, geralmente eu começo trabalhando com o RGB até eliminar o excesso de vermelho ou laranja nas fotos (provocado pela poluição luminosa), sem que o processo estrague a cor original do objeto que eu fotografei, nesta hora é bom tomar bastante cuidado porque a maioria dos objetos de céu profundo costumam ter uma coloração bonita no tom vermelho, e você pode perder ela se configurar errado. Para tentar ser fiel aos tons originais deles eu tomo como referência algumas imagens que baixo no google.
No item Luminância eu consigo acertar o tom do céu, e costumo deixar ele bem preto, e para cada alteração que você fizer, será necessário clicar no botão Aplicar, infelizmente é um processo bem lento, e sobrecarrega demais o processamento do seu computador, mas o resultado vale a pena.
Na última etapa vamos salvar as fotos, clicando em Guardar foto no ficheiro, eu costumo abrir a foto no Lightroom e editar ela por lá, buscando um céu mais preto e recuperar mais ainda alguns detalhes da fotografia.
Bom este é o processo resumido de edição utilizando o Deep Sky Stacker com as suas configurações básicas, para mim só elas já resolvem quase sempre! Caso você queira aprender um pouco mais é só ir no link da própria criadora do programa:
http://deepskystacker.free.fr/portuguese/userguide.htm
*Agradecimentos ao amigo Manoel Moraes que me ensinou esta técnica.